quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Geologia atrai pelos bons salários, mas é preciso gostar do trabalho de campo

| Leonardo Cazes (leonardo.cazes@oglobo.com.br) | O Globo - Guia de profissões | 09/08/2011 |

RIO -
Para quem pensa em fazer Geologia, uma boa notícia: a demanda por profissionais nunca esteve tão alta. E deve continuar assim pelos próximos anos. O principal motivo é o aquecimento dos setores de mineração e de petróleo, com o início da exploração do pré-sal. Quem conta é o presidente da Associação Profissional dos Geólogos do Rio de Janeiro (APG-RJ), José Ribamar Bezerra.

- O mercado continua fortemente aquecido, tanto para geólogos recém-formados quanto para os mais experientes. Devido a procura recorde na área, estamos inclusive trazendo profissionais estrangeiros para cá - diz ele, que trabalha na Agência Nacional do Petróleo.

Ou seja, quem sai da faculdade tem emprego garantido.

Continua em http://oglobo.globo.com/educacao/mat/2011/08/09/guia-de-profissoes-geologia-atrai-pelos-bons-salarios-mas-preciso-gostar-do-trabalho-de-campo-925097589.asp#ixzz1Uk3TYkwv

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sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Primeira turma da UFES

Ocorreu a primeira formatura de geologia aqui no estado do Espirito Santo.

Formaram-se os primeiros doze geólogos e geólogas da UFES - Universidade Federal do Espirito Santo:
  1. LEANDRO NUNES KAUT
  2. MARCIA ANDREIA DA SILVA NUNES
  3. MICHEL PARIS MAGNAGO
  4. RAISA CARVALHO SILVA
  5. TATIANE ROBAINA RANGEL DE CARVALHO
  6. CAROLINA PETERLE DE NADAI
  7. FLAVIO COSTA DE CERQUEIRA
  8. JÂNIO FAVARATO
  9. LAIS DE CARVALHO FARIA LIMA LOPES
  10. MARCELO FAVORETO SILVA
  11. MIRELLA TOFANO CUZZUOL
  12. RONI ZIVIANI LEITE PEREIRA
No futuro lembrarão desta data, a primeira turma de geólogos da terra de granitos coloridos e marmores rosa. Às beiras deste mar que esconde o ouro negro inicia-se agora uma nova fase. Que estes novos geólogos(as) possam trilhar o seu caminho e ganhar o mundo e que consigam contar a todos sobre as riquesas e belezas desta terra de mar, pedras e ouro negro. Bem, se alguem tiver maiores informações e também alguma proposta para esta moçada que procura emprego favor contactar os professores em Alegre ou entao a associação capixaba de geólogos.

Alessandro Oliveira
Associação Capixaba de Geólogos

(Com informações do Prof. Paulo Fortes)

PS: o novo coordenador do curso é o Prof. Juan Espinoza.


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domingo, 10 de abril de 2011

Sergipe: Polícia Civil abre vagas para docentes na área de geoprocessamento

Por Alexandre Scussel | 18h33, 04 de Abril de 2011

A Academia de Polícia Civil (Acadepol) em virtude da realização do Curso de Investigação Policial em convênio com a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), comunica que está recebendo currículos de docentes interessados em lecionar várias disciplinas ligadas à atividade policial. O curso de Investigação Policial começa no próximo dia 1º de abril e o prazo para o recebimento dos currículos é dia 15 de abril.

As disciplinas disponíveis para os docentes são: Investigação Policial – métodos e técnicas; Busca e apreensão; Local de Crime; Mapeamento geográfico – geoprocessamento, entre outros.

Os currículos serão analisados pela coordenação do curso, que levará em consideração a qualificação acadêmica e a experiência profissional, de acordo com as finalidades e especificidades do curso.

Interessados devem enviar currículo pessoalmente na Coordenadoria de Ensino e Pesquisa da Acadepol ou enviar para codep.acadepol@pc.se.gov.br com o assunto "currículo investigação" e pretensão das disciplinas a lecionar.

Caso seja necessário, serão solicitados documentos comprobatórios da qualificação e/ou experiência profissional. Informações com a Equipe Codep/Acadepol/SSP/SE ou pelo telefone (79)3259-1099 no ramal 37.

Enviado pela colega Ana Santana para a lista Geobahia.

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terça-feira, 15 de março de 2011

Repsol vende parte da YPF

A espanhola Repsol se desfez de nova participação na YPF. Agora, vendeu 3,83% da empresa petrolífera argentina para o Lazard Asset Management e outros fundos de investimentos por US$ 639 milhões.

Com as últimas transações, a estrutura acionária da YPF está dividida em 75,9% com o grupo Repsol, 15,46% com o Petersen Group e 8,64% de capital em circulação (free float), como apontou a Repsol em nota em sua página eletrônica.

Repsol vende 3,83% da YPF por US$ 639 milhões | Valor Online

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Usina nuclear de Fukushima perde capacidade de resfriamento, revela TV | Valor Online

A Agência de Segurança Nuclear e Industrial do Japão disse que o reator na usina nuclear em Fukushima perdeu sua capacidade de refrigeração e informou que nesta segunda-feira que a companhia de energia elétrica de Tóquio a notificou de uma emergência no reator 2 na estação 1 de Fukushima.

Usina nuclear de Fukushima perde capacidade de resfriamento, revela TV | Valor Online

Leia também:
Sete erros da fuga de Angra dos Reis


Especialistas apontam problemas que prejudicariam população em acidente nas usinas

| Beatriz Salomão e Diego Barreto | O Dia | 15/3/2011 |

Rio - Área de esvaziamento subestimada; plano de emergência pouco treinado e desconhecido pela população; rotas de fuga ineficientes da cidade e das ilhas; abrigos despreparados e risco de contaminação do litoral. Especialistas em gerenciamento de riscos apontaram sete erros no plano de segurança para situações de emergência das usinas nucleares Angra 1 e 2, após problemas em usinas do Japão, devido a terremoto e tsunami.

Sete erros da fuga de Angra dos Reis

Roger Agnelli e Lobão discutem royalties do minério de ferro | Valor Online

O presidente executivo da Vale, Roger Agnelli, reúne-se hoje em Brasília com o ministro das Minas e Energia, Edson Lobão, para discutir as divergências entre a mineradora e o DNPM sobre o cálculo dos valores para a cobrança dos royalties sobre o minério de ferro.

A polêmica envolve um dívida da Vale na ordem de R$ 3,6 bilhões, a ser paga aos municípios mineradores do Pará e Minas Gerais e à União. O DNPM do Pará chegou a decretar a cassação da concessão de lavra de Carajás, por conta de quase R$ 1 bilhão que considera devidos pela mineradora ao município de Paraoapebas.

Roger Agnelli e Lobão discutem royalties do minério de ferro | Valor Online

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quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Jazida de tálio na Bahia

16/02/11
Assessoria de Comunicação Social
Ministério de Minas e Energia

No último dia 8 foi anunciada, na Superintendência do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) da Bahia, a descoberta da única jazida conhecida de tálio, um metal extremamente raro, estratégico e de alto valor, hoje somente produzido na China e no Cazaquistão. A descoberta foi feita pela empresa Itaoeste Serviços e Participações.

A jazida está localizada no território baiano e constitui a única ocorrência mundial conhecida de associação Manganês, Cobalto e Tálio, em ambiente geológico continental, onde se pode considerar o Tálio como o elemento de maior interesse econômico.

Segundo a Itaoeste, a reserva de apenas uma das áreas pesquisadas pela empresa seria suficiente para abastecer todo o consumo mundial, hoje estimado em 10 toneladas anuais, pelo período de seis anos. Além dessa, a Itaoeste detém mais 23 áreas na extensão da jazida.

O Tálio é um metal aplicado em soluções de alta tecnologia, de utilização estratégica nas áreas de saúde e energia, por exemplo. O mesmo é utilizado como contraste em exames cardiológicos por imagem, como elemento supercondutor na transmissão de energia e como material termoelétrico, já que tem capacidade de transformar calor desperdiçado em eletricidade aproveitável.

Esta Jazida permitirá que se produza na Bahia, este raro metal, de imensas possibilidades de aplicações tecnológicas High Tech (Alta Tecnologia), atraindo para o Brasil mais investimentos, e multiplicação de oportunidades de negócios derivados dessa nova produção metálica.

Fonte:
Assessoria de Comunicação Social
Ministério de Minas e Energia

(61) 3319-5620/5588
twitter: @Minas_Energia
ascom@mme.gov.br
http://www.mme.gov.br
(Enviado para a lista geobahia@yahoogrupos.com.br por Ana Santana)

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Por uma maior transparência na definição dos rumos do Serviço Geológico do Brasil

Caros colegas

Acho ótima a sugestão do Christino Lyra, enviadada há poucos dias para a Febrageo, sobre a escolha dos dirigentes da CPRM dar-se nos moldes da Embrapa e do CETEM!

Afinal, estamos no século XXI, a sociedade quer mais transparência na gestão da coisa pública.
Afinal, trata-se da Presidência do Serviço Geológico do Brasil, e quem postula um cargo público desta importância com certeza tem propostas a expor, tem a visão de uma linha de continuidade ou de não, tem enfim um programa para a empresa.

Afinal e finalmente, o que impede os "diretoráveis presidenciáveis" de assumirem que o são, e pedirem o apoio da comunidade técnica para seus programas, de consultarem esta mesma comunidade sobre o que se espera de um Serviço Geológico do Brasil, em um momento no qual a CPRM vai de vento em popa, mérito de sua última gestão, do colega Agamenon Dantas, mérito de uma Câmara de Geologia e Minas que está fazendo acontecer, mérito do colega Claudio Scliar, do Giles, mérito de tantos colegas, na realidade?

Não levem a mal esta ansiedade os que estão conduzindo este processo, a gente apenas quer saber que o Serviço Geológico do Brasil vai continuar abrindo seu caminho dentro de um pais deste tamanho, e eu estou convencida, com todo o respeito, de que o processo de escolha de seus dirigentes é importante para isto!

O Cássio já deu o exemplo, e afora toda a sua qualificação para o cargo, já tem um grande mérito, de saída, por dar transparência a um processo fechado.

Peço que a Rose esclareça como a escolha se faz dentro da Embrapa!
Abraços,

Magda Bergmann

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Deslizamentos: maior tragédia do Brasil foi na Serra das Araras e não na região serrana do Rio

Ao contrário do que a mídia veiculou nos últimos dias, o deslizamento que ceifou mais de 800 vidas na região serrana do Rio de Janeiro não é a maior tragédia já ocorrida no Brasil.

Do blog de Ricardo Berzoini:
Deslizamentos: maior tragédia do Brasil foi na Serra das Araras e não na região serrana do Rio
http://berzoini.blogspot.com/2011/01/deslizamento-maior-tragedia-do-brasil.html


O artigo publicado na Revista Brasileira de Geografia Fisica com uma relação detalhada de eventos e número de mortos está em:
http://www.ufpe.br/rbgfe/index.php/revista/article/view/76/76


É preciso ter claro qual o papel dos geólogos no Planejamento Urbano.

Tragédia repetida

| Luiz F. Vaz | O Estado de S.Paulo | 24/01/2011 |
(GEÓLOGO, É PROFESSOR CONVIDADO DO INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS DA UNICAMP)


A tragédia que se abateu sobre a Região Serrana do Rio de Janeiro foi violenta e destruidora, mas não é um caso isolado ou fortuito. Em março de 1967 fenômeno semelhante aconteceu próximo a Caraguatatuba, ceifando 120 vidas e deixando a água do mar suja até hoje. Pouco antes, em janeiro, fora a vez da Serra das Araras, ao longo da Via Dutra, e, apesar de ter ocorrido sobre áreas predominantemente rurais, levou 1.200 vidas.

Esses dois eventos destruidores ocuparam uma área elíptica, com cerca de 30 km de extensão máxima. Se tivessem como centro a Via Anchieta, teriam interrompido todas as ligações São Paulo-Santos, incluindo as linhas de transmissão, dutos e cabos. Felizmente, não houve outros de tal magnitude, mas desastres similares atingiram a região de Cubatão em 1985 e 1994. Em 2000, uma única corrida de lama manteve uma pista da Anchieta fechada por mais de 50 dias. Casos de proporções semelhantes ocorreram na região de Blumenau-Itajaí em 2008, na de Angra dos Reis em 2009 e, anteriormente, em Petrópolis, Rio de Janeiro e vários outros locais. Essa pequena lista mostra que os deslizamentos são fenômenos recorrentes, variando apenas a sua gravidade.

O mecanismo desses deslizamentos segue o mesmo padrão: alguns meses consecutivos de chuvas contínuas, não necessariamente fortes, seguidos por um período concentrado de precipitações muito fortes; os vazios da camada de solo ficam saturados pelas chuvas contínuas, reduzindo a resistência do solo; como a água da chuva forte não tem como se infiltrar, escorre pela superfície, transformando o solo em lama e carregando árvores e blocos de rocha. Esse processo é conhecido como corrida de lama, pela alta velocidade do deslizamento, que pode chegar a algumas dezenas de quilômetros por hora.

Estudos desenvolvidos pelos geólogos do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) há mais de 20 anos, e mais recentemente pelo Instituto Geológico, ambos do governo paulista, conseguem identificar o volume de chuva acumulado que propicia a deflagração de escorregamentos, determinam as áreas de risco e elaboram sistemas de alerta. Trabalho semelhante desenvolvido pela prefeitura de Santos, ao tempo em que uma geóloga ocupava uma das secretarias da cidade [nota deste blogueiro: minha amiga Cassandra Maroni Nunes, vereadora em Santos pelo PT], permitiu que tanto em Cubatão como em Santos eventos desse tipo fossem antecipados e medidas de prevenção, adotadas.

A falta de instrumentos legais, porém, dificulta a prevenção. Não há lei que obrigue o morador a desocupar seu imóvel, exceto em caso de risco iminente. Ora, definir risco iminente é difícil quando se lida com fenômenos naturais e, na prática, ninguém pode ser removido das chamadas áreas de risco sem o seu consentimento. Uma ação do Ministério Público, quando cabível, demanda de 10 a 20 anos para ser concluída. Nos casos de Cubatão e Santos, um trabalho de conscientização e treinamento da população e a utilização de monitores da própria comunidade permitiu a adoção de medidas de prevenção.

Apesar das lições anteriores, tanto de deslizamentos funestos como de iniciativas bem-sucedidas, nunca foi formulada nenhuma política ou diretriz sobre o assunto. Mesmo com a grande maioria dos processos de deslizamento diretamente associados às condições geológicas, o Serviço Geológico do Brasil (CPRM), órgão federal encarregado de estudos geológicos e hidrológicos, nunca recebeu a missão (nem verbas) de desenvolver trabalhos de prevenção, exceto em alguns casos localizados.

Os serviços de defesa civil tampouco estão preparados para atender a situações de calamidade. Sua organização é predominantemente transitória, contam com recursos reduzidos e, principalmente, não dispõem de base legal para atuar e assumir o comando em caso de desastres naturais. O despreparo é geral, basta constatar que, na serra fluminense, o socorro só chegou vários dias depois e ainda hoje depende da ação de voluntários. Em pleno caos, o governo, numa medida demagógica, prometeu a liberação do FGTS. Dinheiro é sempre bem-vindo. Mas as pessoas ilhadas nas comunidades serranas do Rio precisavam de água, comida, energia, acesso, comunicação, limpeza e, depois, de dinheiro.

Após os violentos desastres naturais e também os induzidos pelo homem nos últimos anos, principalmente o vazamento de petróleo no Golfo do México, nota-se uma tendência a substituir a política estratégica de longo prazo das grandes potências, voltada para os conflitos armados entre nações e grupos, por políticas de prevenção contra os efeitos das mudanças climáticas. Depois que fomos assolados, na última década, por uma série de terremotos violentos, tsunamis destruidores e enchentes formidáveis, as atividades de defesa civil estão sendo consideradas o foco da ação dos governos nas próximas décadas.

Até hoje não há evidências suficientes para afirmar que a ação antrópica seja responsável pelo aumento da temperatura. A Terra sofre mudanças climáticas alternando períodos frios e quentes. Há cerca de 120 mil anos houve um período de frio intenso, com o gelo avançando até os trópicos, resultando num abaixamento do nível do mar da ordem de cem metros. Esse período, que durou alguns milhares de anos, extinguiu muitas espécies e, aparentemente, teria sido responsável por eliminar a maioria dos nossos ancestrais, reduzidos a um grupo muito pequeno, conforme indicam as variações do DNA.

Seja devido à nossa voracidade por energia ou aos caprichos da Terra, o fato insofismável é que nosso planeta está aquecendo. Esse processo levará à elevação do nível dos oceanos e, além das ameaças às cidades e aos países à beira-mar, terá influência sobre o clima. Enfrentar as mudanças climáticas radicais e sobreviver a elas está se tornando a principal preocupação dos planejadores, de tal sorte que este século será, provavelmente, considerado o século da defesa civil.

Vamos fazer a nossa parte, começando pela legislação e pela organização da área de prevenção de desastres naturais!

(Enviado para a lista da Febrageo pelo autor.)

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

CPRM-SGB

Eduardo Salamuni

COLEGAS DA DIRETORIA,


Meus cumprimentos a todos. Segue minha análise sobre a questão do apoio à CPRM-Serviço Geológico do Brasil (CPRM-SGB).

Creio que, por enquanto, o apoio individual é o que está ocorrendo nas discussões do Grupo, mas a discussão sobre este assunto é, ao meu ver, salutar e importante neste caso. Talvez cheguemos à conclusão que não são nomes a serem escolhidos, mas a visão a que e a quem deveriam dirigir-se as atividades e projetos do CPRM-SGB.

Em análise e debates em outros fóruns, que não aqui, concluo que há duas visões diferentes mas não totalmente antagônicas em disputa neste momento.

A primeira é que a CPRM-SGB se fortaleça como Serviço Geológico promovendo projetos que englobem várias áreas do conhecimento geológico. Apesar desta linha já ter sido expressada por seus defensores em conversa sobre o assunto, muito estranhamente não está salientada e mencionada em sua carta proposta. Ficou evidente que a pesquisa mineral e a prospecção continuariam a ter o mesmo peso que possuem hoje, com um atrelamento à política da Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral –MME, situação que não poderia ser diferente, posto que o CPRM-SGB é órgão vinculado ao Ministério.

O outro grupo que disputa a presidência propugna a concentração dos esforços voltados ao setor mineral, ou seja, prospecção e pesquisa mineral. Mesmo atividades como o mapeamento básico, por exemplo, seriam focadas às questões minerais e os recursos fundamentais seriam dirigidos a esta linha de conduta. A postura da CPRM como Serviço Geológico, nesta visão, seria secundada e relegada a algumas atividades paralelas como o serviço de hidrologia, já consolidado dentro da instituição.

Na atual gestão, esta linha voltada à mineração e, por outro lado, uma linha mais generalista de Serviço Geológico colocaram-se em campos opostos, e a CPRM acabou por perder muito em agilidade decisória.

Creio que cabe a nós, não a escolha de um nome em especial posto que haveria bons argumentos para emplacar tanto um como outro nome em disputa, mas sim a escolha da linha de condução que achamos mais coerente e aplicável à contemporaneidade brasileira (mesmo considerando a possibilidade que um terceiro nome apareça na “cartola política” do Ministro ou da Presidenta).

Posto isto, e aí vai minha opinião pessoal, caso a CPRM-SGB se aprofunde e se volte às questões da mineração em detrimento de outras atividades do universo da Geologia, como ramo de atividade da sociedade, iremos experimentar um significativo retrocesso de condução e da importância da instituição e do setor geológico no Brasil. Haveria um destino de recursos fundamentais que, em seu escopo final, iria beneficiar de forma ou outra grupos econômicos que já estão aquinhoados pelas benesses de um estado concentrador de rendas.

Por outro lado a divisão isonômica de recursos entre a mineração e as outras atividades típicas de um Serviço Geológico seria desejável e, talvez, até fundamental em alguns casos, como por exemplo no caso do mapeamento geológico-geotécnico para graves áreas de risco. Ainda no meu entender, o Brasil está urgentemente necessitando (re)organizar suas instituições na área de Geologia, tanto em nível nacional quanto estadual para fazer frente às crescentes demandas nesta área. Isto não pressupõe relegar a área mineral ao mercado para que se resolva por si só, mas sim trazer à tona a importância de outras atividades que os Serviços Geológicos (nacional e estaduais) podem desenvolver com maior ou menor habilidade regional ou local. Por exemplo geotecnia, hidrogeologia, agrogeologia, geomedicina, geoturismo, educação geológica (em nível fundamental e médio) e outras tantas necessidades que necessitam ser contempladas em um bom plano de condução do Serviço Geológico do Brasil. De outra forma teremos apenas a boa e velha CPRM (sem a sigla SGB) voltando à tona, o que inclusive iria contrariar seus estatutos mais recentes.

Em síntese, caberia à FEBRAGEO, novamente é opinião de minha lavra, posicionar-se não por nomes mas por linhas de conduta. A minha opção seria, obviamente, pela visão generalista de um Serviço Geológico do Brasil, abrangente em suas atividades, dando o mesmo peso para o setor mineral e cada uma das outras atividades que são demandadas pela sociedade brasileira.

É a minha contribuição inicial sobre o assunto.

Febrageo

| Argemiro Garcia | Vice-presidente Nordeste da Febrageo | 10/02/2011 |
(Geólogo de Petróleo, Salvador, Bahia)


A diretoria da Febrageo 2011-2013 criou este blog no intuito de encaminhar discussões referentes ao papel da profissão de geólogo e as melhores formas que nós, geólogos, temos para contribuir com o pleno desenvolvimento da sociedade brasileira neste triênio.

Esperamos que este nosso trabalho sirva para esclarecer à população nas suas dúvidas sobre a Geologia.

Neste momento em que acaba de acontecer um dos maiores desastres naturais que nossa História registra, consideramos pertinente levantar este assunto. Mas não apenas isso. A CPRM, atual Serviço Geológico do Brasil, está em pleno processo de escolha de sua presidência. Mais que uma simples definição de nomes, implica em definição da visão que norteará os trabalhos daquela instituição, tão fundamental ao progresso brasileiro. Recomendamos, por isso, a leitura do texto do colega Eduardo Salamuni, em um próximo post.